por Henrique Knevitz
Ando de skate desde os anos 80. Não ininterruptamente. Em algumas épocas andei mais e outras menos. Mas mesmo quando não estou ativo, costumo brincar que larguei o skate, mas o skate nunca vai me largar. Está no sangue, está na veia…
Minha trajetória no skateboard não se resume “apenas” a botar o pé na lixa. Sou apaixonado por toda cultura que o envolve e sempre fui aficionado em peças, chegando a colecionar alguns decks numa determinada fase da vida. Devido a isso, frequentemente me deparo com alguns amigos me perguntando como fazem para escolher um skate.
Para quem anda direto, parece uma coisa simples, mas a verdade é que existem poucas informações a respeito até mesmo na internet e, em contrapartida, são muitas pessoas com equipamento errado. Portanto, resolvi escrever sobre isso. São apenas algumas dicas. Nada é definitivo, pois como no surf, essa escolha também depende de fatores como peso, nível de habilidade, inatividade, etc…
Vamos lá…
A primeira coisa a saber é onde você pretende andar?
Na rua? Em pistas de street? Transições, estilo park? Bowl? Vertical? Mini ramp? Ladeiras? Surf style?
São muitas as modalidades… e para cada uma delas o equipamento pode ser diferente.
Street
O street (rua) é o skate raiz! Na rua, no asfalto, em praças e pistas do estilo. O ideal para essa modalidade é um carrinho ágil e de preferência bastante leve. Geralmente opta-se por shapes mais estreitos (até no máximo 8’25) que também vão definir a largura dos trucks, que podem ser 129 mm para decks de até 8’ e 139 mm nos mais largos. As rodas também são pequenas (até 52mm) com dureza alta, de 98 a 101A ou especiais como as STF da Bones. Rolamentos rápidos são bem-vindos, mas não precisa nada muito exagerado.
Bowl / Park
A modalidade que foi febre nos anos 80, voltou com tudo em meados de 2000 e hoje é sucesso com pistas espalhadas por todo lugar. Aqui velocidade é muito importante, portanto se você puder investir em bons rolamentos, não exite nisso. O shape pode ser um pouco mais largo para “colar no pé” e passar com estabilidade pelas curvas, podendo ser desde um 8’25 aos modelos mais Old School que chegam a ter mais de 10’5. As rodas também podem ser um pouco maiores, pois depois que você dropa, tendem a manter maior velocidade (de 56 mm a 62 mm nos old schools) e quanto mais dura melhor (100, 101 A ou modelos especiais como Bones SPF e Powell Peralta PF). Vale ressaltar que essas durezas são indicadas para pistas de “concreto”. Em pistas de madeira pode-se usar rodas de 97 a 99A, pois escorregam menos. Trucks de 149 a 169 mm, também de acordo com a largura do seu shape.
Vertical/ Mini Ramp
Devido à dificuldade, vamos considerar que o praticante de vertical tem a experiência necessária para escolher seu skate, mas eu diria que é uma mistura da agilidade do modelo street com a velocidade dos skates para park. Se você pretende andar em mini ramp, procure seguir essa linha e atente para o piso do local onde vai andar. Como citado acima, pistas de madeira escorregam mais, portanto não são necessárias rodas muito duras.
Ladeiras
O bom e velho longboard! Esse tipo de skate além de funcionar nas ladeiras, pode ser usado para aquele rolezinho sem compromisso na rua só para esticar as pernas e/ou mandar umas rasgadas. Os modelos semi long, por serem menores, proporcionam curvas mais fechadas. Existe uma infinidade de tamanhos de shape… maiores com mais estabilidade e menores com mais agilidade. Os trucks geralmente são mais largos e as rodas podem ser mais macias para se adaptar às possíveis irregularidades dos terrenos com maior conforto.
SurfStyle
Essa é outra febre do momento. São modelos de skate que simulam surf. As medidas assemelham-se ao semi-long, mas a grande diferença estão tendo eixos especiais que giram mais e proporcionam “pegar altas no asfalto”.
São muitas opções! Procure o que melhor se adapte às suas necessidades e bora pro rolê!
Aloha!