O Corona Saquarema Pro foi encerrado na quarta-feira, com um recorde histórico do Brasil no Challenger Series. Com a confirmação do Edgard Groggia, foram seis brasileiros na lista dos 10 classificados para o World Surf League (WSL) Championship Tour (CT). Nenhum outro país tinha conseguido tal feito e o Brasil voltará a ter maioria na elite masculina em 2025, com 11 representantes no grupo dos top-34. Já os títulos da terceira edição do Corona Saquarema Pro, foram vencidos por surfistas de outros países. O francês Marco Mignot quebrou a hegemonia brasileira derrotando Deivid Silva na final e a australiana Macy Callaghan ganhou a decisão feminina com a francesa Vahine Fierro.
Foto: WSL / Thiago Diz
O mesmo Deivid Silva confirmou a sexta vaga do Brasil, entre os 10 indicados pelo Challenger Series para completar a elite do CT em 2025. DVD ganhou o duelo brasileiro das quartas de final com Mateus Herdy, que se passasse essa bateria, tiraria o décimo lugar no ranking do havaiano Jackson Bunch. Mateus tentou os aéreos que já haviam lhe dado a segunda nota 10 da história do Corona Saquarema Pro. Mas o backside afiado do Deivid Silva, garantiram a vitória por 13,07 a 12,50 pontos. Este resultado acabou confirmando o Edgard Groggia na relação final dos 10 classificados para o CT 2025.
SELEÇÃO BRASILEIRA – Com a confirmação do Edgard Groggia, a “seleção brasileira” da WSL voltará a ter 11 titulares no time masculino, como em 2001, 2018, 2019 e 2021. O Brasil será novamente o país com mais surfistas no grupo dos top-34, com os campeões mundiais Gabriel Medina, Filipe Toledo e Italo Ferreira, Yago Dora, João Chianca, Samuel Pupo, Ian Gouveia, Alejo Muniz, Deivid Silva, Miguel Pupo e o único estreante na elite do CT, Edgard Groggia. Já no grupo das top-17, Tatiana Weston-Webb é a única representante, pois Luana Silva e Sophia Medina não conseguiram se classificar na quarta-feira.
Além do recorde de seis classificados pelo circuito de acesso, pela primeira vez na história do Challenger Series, um brasileiro termina a temporada em primeiro no ranking. Na primeira edição em 2021, o número 1 foi o japonês Kanoa Igarashi, em 2022 o italiano Leonardo Fioravanti e em 2023 o norte-americano Cole Houshmand. Agora em 2024, o campeão do Challenger Series é Samuel Pupo, com Ian Gouveia ficando em segundo lugar, Alejo Muniz em quarto, Deivd Siilva em quinto, Miguel Pupo em sexto e Edgard Groggia em nono. Mateus Herdy terminou em 12.o e Michael Rodrigues em 13.o.
Deivid Silva. Foto: WSL / Daniel Smorigo
VITÓRIAS ESTRANGEIRAS – Samuel Pupo foi o campeão do Corona Saquarema Pro no ano passado, mas acabou perdendo na terceira fase dessa vez. Foi a segunda vitória brasileira, pois Gabriel Medina ganhou a primeira edição em 2022. Após derrotar Mateus Herdy, Deivid Silva ainda despachou o australiano Jackson Baker, para tentar manter a hegemonia verde-amarela no Challenger Series de Saquarema. Só que o francês Marco Mignot vinha fazendo grandes apresentações na Praia de Itaúna e acertou os aéreos na final também, para se tornar o primeiro surfista de outro país a ser campeão no Maracanã do surfe da Região dos Lagos do Rio de Janeiro.
Marco Mignot. Foto: WSL / Daniel Smorigo
Na categoria feminina, a escrita foi mantida pela australiana Macy Callaghan, que repetiu os títulos da canadense Erin Brooks no ano passado e da norte-americana Alyssa Spencer em 2022. A decisão reuniu as duas surfistas que tiraram as brasileiras da disputa pela última vaga no CT 2025. A francesa Vahine Fierro derrotou Sophia Medina na segunda quarta de final e já tirou o quinto lugar no ranking da espanhola Nadia Erostarbe com a classificação para as semifinais. E Luana Silva, que estava empatada com Vahine Fierro em pontos no ranking, foi barrada por Macy Callaghan na última quarta de final.
A última vaga no CT 2025, acabou sendo decidida na semifinal entre Vahine Fierro e a portuguesa Yolanda Hopkins. Quem vencesse, confirmava seu nome na elite das top-17 pela primeira vez na carreira e a francesa se garantiu com seu ataque de backside nas direitas de Itaúna. Vahine Fierro mora no Taiti, neste ano foi convidada para participar da etapa do CT em casa e foi a campeã nos tubos de Teahupo´o. Mas no Corona Saquarema Pro, Macy Callaghan pegou as melhores ondas que entraram na final, para vencer e terminar em nono no ranking, garantindo participação no Challenger Series 2025.
Macy Callaghan. Foto: @WSL / Daniel Smorigo
ÚLTIMAS VAGAS – Macy Callaghan já fez parte do CT, mas já chegou no Brasil sem chances na briga pelas duas últimas vagas que restavam definir no G-5 do Challenger Series. No Corona Saquarema Pro, festejaram classificação a canadense Erin Brooks e a francesa Vahine Fierro, que se juntaram às australianas Sally Fitzgibbons, Isabella Nichols e Bella Kenworthy, que confirmaram seus nomes na penúltima etapa, em Portugal.
No ranking masculino, sete das dez vagas foram decididas em Saquarema. Os únicos que já estavam garantidos por antecipação, eram os brasileiros Samuel Pupo, Ian Gouveia e Alejo Muniz. Na Praia de Itaúna, o primeiro a carimbar seu passaporte para o CT 2025, foi Miguel Pupo na segunda-feira. Mais quatro se garantiram na terça-feira, Deivid Silva, o francês Marco Mignot e os australianos Joel Vaughan e George Pittar. E na quarta-feira foram definidos os dois últimos nomes, Edgard Groggia e o havaiano Jackson Bunch.
RANKING FINAL DO WSL CHALLENGER SERIES 2024 – 6 etapas:
G-10 DA CATEGORIA MASCULINA:
1.o: Samuel Pupo (BRA) – 25.865 pontos
2.o: Ian Gouveia (BRA) – 22.810
3.o: Marco Mignot (FRA) – 21.600
4.o: Alejo Muniz (BRA) – 20.525
5.o: Deivid Silva (BRA) – 17.760
6.o: Miguel Pupo (BRA) – 17.475
7.o: Joel Vaughan (AUS) – 17.390
8.o: George Pittar (AUS) – 16.050
9.o: Edgard Groggia (BRA) – 14.630
10.o: Jackson Bunch (HAV) – 14.430
——-outros sul-americanos:
12: Mateus Herdy (BRA) – 13.290 pontos
13: Michael Rodrigues (BRA) – 13.285
29: Caio Ibelli (BRA) – 9.040
30: Rafael Teixeira (BRA) – 9.020
39: Lucas Silveira (BRA) – 7.420
41: João Chianca (BRA) – 7.245
43: Lucca Mesinas (PER) – 7.000
44: Cauã Costa (BRA) – 6.645
58: Jadson André (BRA) – 4.800
64: Heitor Mueller (BRA) – 3.900
69: Rickson Falcão (BRA) – 3.320
70: Luel Felipe (BRA) – 3.200
78: Nacho Gundesen (ARG) – 1.900
79: Gabriel André (BRA) – 1.900
82: Daniel Templar (BRA) – 1.900
86: Alex Ribeiro (BRA) – 1.700
87: Leo Casal (BRA) – 1.650
101: Lucas Vicente (BRA) – 600
103: Gabriel Klaussner (BRA) – 550
107: Valentin Neves (BRA) – 300
107: Kaue Germano (BRA) – 300
107: Lucas Chianca (BRA) – 300
111: Ryan Kainalo (BRA) – 250
111: Vitor Ferreira (BRA) – 250
111: Eric Bahia (BRA) – 250
111: Caio Costa (BRA) – 250
111: Yan Sondahl (BRA) – 250
G-5 DA CATEGORIA FEMININA:
1.a: Sally Fitzgibbons (AUS) – 32.170 pontos
2.a: Bella Kenworthy (EUA) – 27.290
3.a: Isabella Nichols (AUS) – 26.915
4.a: Erin Brooks (CAN) – 24.440
5.a: Vahine Fierro (FRA) – 23.665
——-sul-americanas no ranking:
7.a: Luana Silva (BRA) – 20.610 pontos
10: Sophia Medina (BRA) – 18.895
20: Laura Raupp (BRA) – 10.045
35: Sol Aguirre (PER) – 6.620
41: Tainá Hinckel (BRA) – 5.200
46: Daniella Rosas (PER) – 3.800
55: Alexia Monteiro (BRA) – 1.900
58: Vera Jarisz (ARG) – 1.700
59: Anne dos Santos (BRA) – 1.700
61: Paloma Pardo (BRA) – 700
68: Monik Santos (BRA) – 650
68: Sophia Gonçalves (BRA) – 650
68: Tais Almeida (BRA) – 650
68: Kayane Reis (BRA) – 650
68: Camila Sanday (PER) – 650
Texto: João Carvalho (WSL Latin America)