Filipe Toledo vence, Gabriel faz mais uma final e o Brasil segue no topo do tour da WSL
A etapa do Surf Ranch válida pelo CT divide muitas opiniões. Não existe disputas de prioridade, todas as ondas são iguais e a imprevisibilidade característica do surf inexiste. Por outro lado, é possível se planejar para assistir as baterias e o nível de performance é altíssimo.
Para os atletas, o preparo físico, técnico e psicológico deve ser extremo. Gabriel Medina é um exemplo disso. Frieza, grande repertório de manobras e a força absurda que o fez chegar ao final da onda com pernas para mandar um aéreo, foram mais uma vez diferenciais para que o brasileiro fizesse sua quarta final em quatro eventos no Surf Ranch e sua quinta final e seis etapas do CT 2021.
A “piscina do Kelly” deveria ser chamada de “piscina do Medina”, tamanho domínio do brasileiro na estrutura localizada em Lemoore na Califórnia. Mas, apesar disso, neste ano ele não venceu. Filipe Toledo, que já havia sido duas vezes vice, levou o caneco.
Além deles, muitos outros atletas destacaram-se no evento. O japonês Kanoa Igarashi, o americano Griffin Colapinto (terceiros) e os também brasileiros Adriano de Souza e Yago Dora (quintos) surfaram muito. Yago obteve a nota mais alta do campeonato com um 9,73 numa esquerda surfada durante as semifinais. Infelizmente sua performance nas direitas não ficou no mesmo patamar e ele despediu por ali. Senão, poderia chegar na final e até mesmo vencer. É incrível o nível de surf do paranaense radicado em Floripa durante o tour de 2021. Merece muito ganhar uma etapa e ficar em os top 5 (por enquanto é o nono) que disputarão o título em Trestles.
Adriano foi o grande campeão. Não o primeiro do pódio, mas o campeão do respeito e reconhecimento de todo mundo do surf. A partir do segundo dia do evento, todos brasileiros competiram com sua lycra. O aussie Ryan Callinan também prestou a mesma homenagem e até mesmo aquele que foi um dos seus maiores rivais ao longo da história, Kelly Slater, teceu grandes elogios ao brasileiro, trocando de camiseta e o chamando de “lenda do surf”. Merecidíssimo. Adriano de Souza é um dos maiores exemplos positivos que este esporte já produziu, além de surfar muito, é claro.
- EQUIPAMENTO
Esta talvez seja a etapa do tour onde os atletas mais diferenciam o equipamento. Muitos usaram pranchas de epóxi e construções diferentes, como a Dark Arts que vimos nos pés do havaiano John John Florence na perna australiana. Filipe Toledo, Tatiana Weston Webb e a maioria dos atletas da Sharpeye Surfboards fizeram uso desta tecnologia.
Muitos também mudaram de prancha de acordo com o lado da onda. Gabriel Medina usou seu modelo DFK com quilhas FCS nas direitas e seu modelo The Medina com quilhas Futures nas esquerdas. Filipe Toledo surfou de quad com as FCS H4 e parecia estar com velocidade diferenciada dos demais. Na sua onda 9,63 (direita da final), chegou a dar três manobras após o último tubo. Confesso que não me recordo de ver algum outro atleta fazendo isso. (Obs.: você encontra essas quilhas na Surf Alive através deste link ).
Outro detalhe que sempre me chama atenção neste evento é a velocidade da onda. O objetivo é fazer os atletas extrapolarem os limites de performance, mas o que vemos é que muitas vezes os mesmos deixam de “sentar o pé” por receio de perder a onda (o que aconteceu muitas vezes). Sabendo-se que a onda pode ser modificada, não seria o caso de dar esse passo pra trás para dar dois à frente em relação às manobras? É apenas a opinião de um mero expectador, mas isso me intriga bastante.
- FEMININO
Na categoria feminina também não tivemos muitas surpresas. Carissa Moore, Sally Fitgibbons, Tatiana Weston Webb e Johanne Defay mantiveram o alto nível que vinham apresentando desde a perna australiana. A brasileira Tati chegou às semifinais surfando muito bem principalmente nas esquerdas. Carissa chegou a mais uma final e manteve-se no topo do ranking. E a francesa Johanne Defay surfou muito e venceu o evento apresentando muita força e fluidez em suas manobras, além de tubos bem profundos principalmente para a direita.
- RANKING
Após seis etapas do CT 2021, já temos o brasileiro Gabriel Medina e a havaiana Carissa Moore classificados para a grande final que ocorrerá em Trestles de 09 a 17 de setembro. Fora isso, tivemos poucas mudanças no top 5, com a chegada do americano Griffin Colapinto no masculino e da campeã Johanne Defay no feminino.
Confira abaixo:
A próxima etapa do CT acontece de 10 a 20 de agosto em Barra de la Cruz, Mexico. Até lá.
Aloha!