Um campeão verde e amarelo. Um rookie detonando na borda e eliminando John John Florence. Ondas de beach break com show de aéreos e viradas emocionantes. Não, não estamos falando ainda da etapa de Newcastle do CT…
O Rip Curl Narrabeen Classic teve um roteiro bem parecido, mas com suas particularidades. Infelizmente o evento não teve as grandes esquerdas que o pico pode proporcionar. Mas, pode-se dizer que rolaram ondas razoáveis ao longo das competições (razoáveis para surfistas do nível deles, para nós aquelas condições seriam clássicas).
A incrível vitória de Gabriel Medina, o surf consolidado de Tatiana Weston Webb, a polêmica bateria do Ítalo e o show do Yago Dora. Vamos falar de tudo isso nos tópicos abaixo.
- JOHN JOHN FLORENCE
Com exceção da primeira bateria em Newcastle, a impressão que dá é que o bicampeão mundial está longe de suas melhores performances. Mais uma vez caiu em manobras chave, passou baterias no detalhe e novamente foi eliminado pelo rookie Morgan Cibilic (o que não é demérito algum, porque o australiano está surfando demais). Em suas entrevistas, o próprio JJF chegou a admitir que não está surfando bem. O fato é que ele ainda está entre os cinco primeiros, mas já há mais de 10 mil pontos de Gabriel Medina. Menos mal para ele que a próxima etapa será num local onde seu surf encaixa-se muito bem e já venceu de forma dominante: Margareth River.
- ÍTALO FERREIRA
As primeiras baterias de Ítalo davam a entender que ele ainda estaria naquele modo imbatível. Venceu com sobras (2x) o tricampeão mundial Mick Fanning que, como podia-se esperar, não estava no mesmo nível competitivo dos demais (além do evento ser em ondas que não favorecem seu melhor surf).
A energia do potiguar é contagiante, mas ao mesmo tempo parece agressiva e demasiada. De certa forma, lembra o Medina de alguns anos atrás. Sua bateria contra Conner Coffin foi bastante disputada e polêmica no ato do incrível aéreo que seria nota 9, mas foi dado como incompleto pelos juízes recebendo apenas 1,77. Ítalo perdeu o controle, esbravejou, quebrou sua prancha. Para o bem ou para o mal, faz parte e ele tem que aprender a lidar com isso. O que parece que já aconteceu, pois no dia das finais, postou um mea culpa em seu Instagram, mostrando a atitude de um grande campeão.
Sobre a polêmica, é difícil avaliar. Ao meu ver a manobra foi completa, mas dentro do critério da WSL é perfeitamente aceitável que não tenha sido válida, tendo em vista que vários outros atletas passaram por situações parecidas e também sucumbiram à mesma decisão.
- GABRIEL MEDINA
O “novo” Gabriel Medina parece ainda mais avassalador que o “antigo”. É visível a diferença de postura e a vibe do nosso campeão. Medina está leve, tranquilo, sorrindo bastante, mais espontâneo nas entrevistas e, principalmente, diferente durante as baterias. Não que a agressividade que demonstrara em outros momentos seja ruim. Tanto foi boa que o ajudou a ganhar dois títulos mundiais. Porém, sua postura atual aparenta ser mais madura. Não tem se envolvido em disputas desnecessárias e vence suas baterias “quando quer”.
Suas performances na bateria das quartas contra Morgan Cibilic e na final contra Conner Coffin (quando em duas ondas somou mais de 18 pontos e sacramentou o resultado em 10 minutos de bateria) foram espetaculares!
É o trabalho do novo treinador Andy King? A presença da esposa? O amadurecimento? Só ele sabe dizer… tudo que falarmos é achismo. E, sinceramente, isso não importa. Gabriel está presenteando nossos olhos com o melhor surf do planeta em qualquer condição.
- YAGO DORA SURFANDO MUITO E DEMAIS DESTAQUES
Yago Dora surfou demais! A leitura das esquerdas e seus aéreos se encaixaram muito em Narrabeen. Chegou nas quartas, mas merecia mais. Sua vitória num evento de CT está cada vez mais próxima.
Outros destaques foram Morgan Cibilic (mais uma vez!) com um surf de borda preciso e muito forte, Griffin Collapinto que arrisca bastante e, quando acerta, se torna um postulante a boas posições e Conner Coffin, que é uma espécie de Ace Buchan mais jovem. Cirúrgico, vai fazendo um feijão com arroz bem temperado e passando suas baterias. Infelizmente para ele, encontrou um Medina num tempo diferente dos demais competidores. Mesmo assim fez uma ótima onda que valeu 8,77 e ficou com a segunda posição no campeonato, o que o garante momentaneamente entre os top 5 do ranking.
- AS MENINAS
O campeonato feminino mais uma vez foi muito legal. O nível de performance delas está muito alto e crescendo a cada etapa. O vice-campeonato da Tati Weston Webb foi um grande resultado. Surfou muito… Foi lindo ver a raça da virada na última onda da repescagem e seu potente surf ao longo do campeonato contra adversárias difíceis como Sally Fitzgibbons e Carissa Moore.
A campeã Caroline Marks também teve grande performance e provou mais uma vez que não é à toa que freqüentemente é comparada à lenda australiana Mark Occhilupo.
- PROMOÇÃO SURF ALIVE
A exemplo da etapa de Newcastle, a Surf Alive ofereceu um vale compras de R$200,00 para quem acertasse o campeão do evento e sua pontuação na final (ou o mais próximo disso). Desta vez, os internautas tinham que dar seus palpites sobre o evento feminino.
Fique ligado nas nossas redes sociais e nas próximas promoções que podem vir.
- MARGARETH RIVER
A perna australiana segue para Margareth River com os icônicos picos de The Box e Main Break. A janela de espera abre no dia 02 de maio. Fique ligado, nos encontramos lá!
Aloha!