Adivinha quem venceu de novo…

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Medina avassalador, fatura Rip Curl Rottnest Search na Austrália

Uma das coisas mais fascinantes do surf é a imprevisibilidade. Lidamos com a natureza e muitas surpresas podem acontecer. A exceção nesses últimos anos é o pódio em qualquer etapa do WT… sem surpresas, sempre tem um brasileiro lá. No Rip Curl Rottnest Search, quarta etapa da perna australiana e quinta do tour 2021, não foi diferente: Gabriel Medina reinou absoluto nas ondas difíceis de Strickland Bay, que quebraram entre 3 e 10 pés durante o evento.

Poucas vezes se viu performance tão avassaladora e num padrão tão diferente dos adversários. Se formos separar brasileiros dos outros então… a vantagem chega a ser constrangedora. Eu pegaria a bateria do Yago Dora contra Connor O’Leary para ilustrar essa diferença. Yago, que vem tendo um ano sensacional em questão de performance, simplesmente “moeu” o australiano. Seus voos arrancaram notas 9,10 e 9,57 dos juízes, contra 6,43 e 6,40 do aussie no Round Of 16. Infelizmente o paranaense radicado em Floripa caiu na fase seguinte para Ítalo Ferreira. Mas, está surfando demais. Apesar do décimo lugar no ranking, seus resultados definitivamente não traduzem suas performances. Merece vencer um evento!

Morgan Cibilic. Foto: WSL/ Matt Dunbar

Adriano de Souza também surfou muito, mostrando muita linha com suas cavadas precisas. Miguel Pupo surpreendeu positivamente. É até estranho escrever que foi surpresa um bom resultado dele, porque o cara tem potencial para acumular vitórias, mas infelizmente não acontece. Dessa vez mostrou muito surf de borda e também voou alto. Parou somente nas quartas pro wildcard Liam O`Brien, que foi a “zebra” do evento, eliminando nomes como o próprio Miguel, Seth Moniz e o campeão da etapa anterior, Filipe Toledo. Só foi parado nas semifinais para outro destaque dessa perna australiana, Morgan Cibilic, que depois de acumular ótimos resultados nas etapas anteriores, dessa vez chegou à final. Morgan tem um surf de borda muito forte e fluído. Se mostrar repertório aéreo e boas performances em ondas tubulares, poderá ser um dos postulantes ao título tanto nesse como nos próximos anos.

Mas, por mais que destaquemos as exibições desses dois jovens aussies, as duas baterias da semifinal separaram os homens das crianças. Bastou ver alguns minutos do confronto Ítalo x Medina, para ver que ambos estão num patamar muito superior aos outros. Independente de resultados (que também mostram isso – primeiro e segundo do ranking), os dois são hoje os melhores surfistas do planeta. A perna australiana do campeão Gabriel Medina foi impressionante: dos quatro eventos, fez final em três e venceu dois. E, se você achar que isso foi capaz de fazê-lo disparar na pontuação, está enganado. Ítalo vem cerca de 8mil pontos atrás, o que mostra que também está num nível absurdo.

ROTTNEST ISLAND, AUS – MAY 22: WSL Champion Italo Ferreira of Brazil surfing in Heat 7 of Round of 16 of the Rip Curl Rottnest Search presented by Corona on MAY 22, 2021 in Rottnest Island, WA, Australia. (Photo by Matt Dunbar/World Surf League via Getty Images)

Começam e acabam eventos e sempre tem pelo menos um brasileiro na final. A título de curiosidade fui pesquisar quando havia sido o último campeonato com dois gringos na final e fui achar somente lá em maio de 2019, quando Kanoa Igarashi e Jeremy Flores fizeram a final do Corona Bali Protected em Keramas, Indonésia. Cabe afirmar que aquele foi o único evento do ano em que aconteceu isso. Só dá Brasil!!!!!

Finalizado o Rip Curl Rottnest Search, o top 5 teve apenas uma mudança de nomes, com a saída do lesionado John John Florence e a chegada (merecidíssima) do australiano Morgan Cibilic.

  • Feminino

No feminino, infelizmente tivemos a eliminação precoce de Tatiana Weston Webb no Round 2. A brasileira não conseguiu se achar no pico e amargou um mal resultado após sua vitória em Margareth River.

Dentre as gringas, podemos destacar as excelentes performances da francesa Johanne Defay com um ataque sinistro de backside e da campeã Sally Fitzgibbons, que agora ocupa a segunda colocação no ranking.

Gabriel Medina e Sally Fitzgibbons. Foto: WSL/ Matt Dunbar
  • WSL

É importante parabenizar a WSL pelo ótimo trabalho feito até aqui. Em mais um ano marcado pelas dificuldades da pandemia, conseguiu organizar quatro eventos alucinantes que nos ficaram ficar grudados na frente da tela. A próxima etapa do tour será na piscina de ondas do Kelly Slater, entre os dias 18 e 20 de junho. Até lá!

Aloha!

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