3x John John Florence

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John John Florence é o campeão mundial de surf de 2024. Com uma excelente campanha de 3 finais e o título da etapa de El Salvador, o havaiano chegou ao Finals da WSL como primeiro do ranking e boa vantagem sobre o segundo colocado.

O talento do agora tricampeão (venceu o circuito em 2016 e 2017) é inegável e muitos já o colocam como um dos maiores da história (justamente diga-se de passagem). John é completo. Surfa bem ondas pequenas (quem achava que não se surpreendeu na segunda bateria da final em Trestles), tem aéreos, surfa muito nas bordas e domina ondas pesadas e tubulares como poucos.

John John Florence. Foto: Thiago Diz/ WSL

Dito isso, às vezes me questiono se JJF realmente mereceu esse título mundial. Não quero criar aqui uma teoria da conspiração. Inclusive acho muito chata a choradeira após cada derrota de um surfista brasileiro. Muitas são injustas, é verdade, mas quando se reclama de tudo acaba-se por perder a credibilidade nos argumentos.

Voltando ao tema, será que John John teria o ano que teve se Medina não fosse prejudicado em Bells, onde era o melhor surfista. Uma vitória do brasileiro poderia mudar o rumo do ranking. Eu inclusive vou na contramão de muita gente e acho que Medina surfou muito em 2024. Em várias etapas vinha sendo o melhor surfista e acabou perdendo por detalhes.

Será que JJF seguiria firme se não tivesse passado aquela bateria polêmica contra o mesmo Medina em Margareth River?
O mesmo JJF que talvez não teria seu primeiro título em 2016, caso a bateria contra Ewing em Pipe não tivesse um resultado tão questionável. É bem verdade que o havaiano poderia ter mais títulos não fossem as lesões, pois seu talento e capacidade são inegáveis e pelo conjunto da obra de tudo o que apresentou na água até aqui, é muito justo que esteja no grupo dos tricampeões mundiais (talvez Medina que poderia ter desgarrado dessa prateleira e até já ter superado Mark Richards).
Mas falando do Finals, estes “pequenos erros” em baterias, causam estragos muito grandes. O 8,33 na primeira bateria contra Ítalo Ferreira foi espantoso. Na hora, pensei que seria um 6 alto, máximo 7… mas a demora no resultado era um prenúncio do que viria a seguir. O brasileiro vinha como um trem sem freio… e aquela bateria foi um balde de água fria. É impossível dizer que não abalaria qualquer um.

Na segunda bateria, John John Florence mostrou em apenas uma manobra que não precisa de qualquer julgamento polêmico para ser campeão. Teve um desempenho avassalador contra Ítalo que também foi bem, mas já acusava o cansaço da maratona de baterias que enfrentou para chegar até ali e, talvez, o abalo do enfrentamento anterior.

A verdade é que tudo que escrevi acima ficou na mão do “se…”.

Já passou e bola pra frente, mas serve para refletir e continuar lutando.

Caitlin Simmers. Foto: Pat Nolan/WSL

O feminino não teve polêmica alguma e pode ter marcado o início da dinastia de uma das maiores surfistas que já surgiram na história. Parabéns Caitlin Simmers!

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