OS SURFISTAS DO TOP16 NO ANO EM QUE KELLY SLATER VENCEU O SEU PRIMEIRO TÍTULO MUNDIAL

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Quem eram os primeiros do ranking há 30 anos atrás

Texto originalmente publicado na On Fire Surf Mag.

Em 1992, quando Kelly Slater venceu o seu primeiro título mundial, ninguém diria que três décadas mais tarde este surfista ainda estaria no tour. Kelly atravessou gerações, bateu quase todos os recordes, conquistou mais 10 títulos e é candidato à vitória do Pipe Masters de 2022, o que seria mais um feito impressionante.

Slater é o último resistente não só da sua geração como de outras que se seguiram, fica a saber quem eram os seus “colegas” no top16 nesta época em que Medina, Toledo, Ítalo e John John ainda não tinham nascido…

2º – Damien Hardman – O ultra competitivo australiano Damien Hardman a esta altura já tinha conquistado dois títulos mundiais e ameaçou o tri várias vezes. Foi um dos últimos representantes da sua geração no tour, aposentando-se em 1999 ainda como membro do top16. 10 anos mais tarde, quando o Championship Tour retornou a Portugal, Domma apareceu como diretor de prova, cargo que voltou a ocupar em mais alguns eventos ao longo dos anos.

3º – Sunny Garcia – Um surfista entre gerações, mais novo que as “velhas raposas” do tour mas mais velho que a geração de Slater, e com um surf mais para old school que para o progressivo. Depois de “bater na trave” por várias vezes, conquistou o título mundial no ano 2000. Anos mais tarde, já fora do tour, esteve preso por evasão fiscal, voltando a competir profissionalmente por mais alguns anos. Em 2019, depois de algum tempo lutando com problemas mentais, tentou suicidar-se e, apesar de ter sobrevivido, sofreu danos graves, dos quais ainda está recuperando-se.

4º – Shane Herring – Shane passou de ser a resposta australiana a Kelly Slater a ser considerado um dos maiores flops da história do surf profissional. 1992 foi o auge da sua carreira, liderando o circuito por alguns meses antes de Slater passar para a frente e dois anos mais tarde já estava fora do tour, para nunca mais voltar, perdendo-se para o álcool e drogas leves.

5º – Fábio Gouveia – O primeiro brasileiro no top5 do tour, um feito que só foi superado em 1999, por Vitor Ribas. Foi também o primeiro brasileiro a vencer no Havai, o primeiro a vencer uma prova CT no Brasil e o primeiro a vencer fora. Não teria existido uma Brazilian Storm sem um Fábio Gouveia para quebrar barreiras décadas antes.

6º – Gary Elkerton – Outro power surfer da velha guarda, em 92 já tinha perdido dois títulos mundiais por muito pouco, e no ano seguinte voltou a fazê-lo, acabando a sua carreira com três “vice-campeonatos”. “Vingou-se” anos mais tarde nas categorias Masters, vencendo aí os títulos mundiais que o iludiram no tour “verdadeiro”. Em 2018 ainda competiu no mundial Master nos Açores, mostrando ainda estar em grande forma.

7º – Dave Macauley – Hoje em dia mais lembrado por ser o pai da ex-top do CT Bronte Macauley, Dave foi um dos mais competitivo surfistas da sua geração, contando com várias vitórias no CT. Aposentou-se em 1994, com 31 anos, ainda no top16, numa época em que a maior parte dos surfistas abandonavam o tour antes dos 30.

8º – Richard Marsh – Hoje mais conhecido por ser treinador de Frederico Morais, Leonardo Fioravanti e Ryan Callinan, o que é certo é que até agora nenhum dos pupilos de “Dog” superou o seu mestre. 1992 foi o seu melhor ano, vencendo a etapa da Ilha Reunião, com direito a um atropelo de Kelly Slater a caminho da final.

9º – Martin Potter – Pottz tinha sido campeão mundial em 1989 e mostrava potencial de conquistar pelo menos mais um título. Até que a nova geração entrou em força e acabou com as suas hipóteses. Aposentou-se, juntamente com Macauley, em 1994 e pouco mais tarde recebeu um wildcard para voltar ao CT, mas um acidente muito grave no treino para o primeiro evento do ano acabou com a sua volta. Durante alguns anos esteve ligado à marca que o patrocinador durante parte da sua carreira, a Gotcha, além de ter sido treinador de surfistas, eventualmente tornando-se um dos comentaristas oficiais da WSL.

10º – Barton Lynch – O campeão mundial de 1988 foi um dos mais improváveis da história do tour, tendo chegado ao último dia de prova em 3º no ranking atrás do “Rei de Pipeline” da época, Tom Carroll, e de Hardman. No entanto, a meio do dia era o único resistente na disputa, superando-se para vencer o Pipe Masters e o título. Manteve-se no circuito durante muitos anos, vencendo a sua última prova em 1995. Atualmente continua ligado ao surf tanto como treinador como comentarista.

11º – Tony Ray – A maior “anomalia” no top16 de 1992. Tony surpreendeu todos ao vencer uma etapa do CT em Hossegor pesado, mais ainda por “roubar” a Kelly Slater a que seria a sua primeira vitória, algo que floridiano conquistou logo na etapa seguinte. Mas Kelly acabaria por vingar-se uma década mais tarde, quando “roubou” a que teria sido a primeira e única vitória de Ray no icónico Eddie Ailau, por apenas 2 pontos.

12º – Rob Bain – Mais um nome forte australiano dos anos 8o, que nesta década estava já em fim de carreira. Mesmo assim Rob ficou no tour até 95, aposentando-se em G-Land, depois de bater Kelly Slater e Tom Carroll (wildcard) no round 1.

13º – Matt Hoy – Mais um surfista entre gerações, como Sunny, mas ainda menos competitivo. Matt seria um surfista de meio da tabela, até ter acordado competitivamente em 1995 para vencer o CT da Ilha Reunião nesse ano, o Coca-Cola Figueira Pro no ano seguinte e o Rip Curl Pro Bells Beach de 1997, aposentando-se no fim de 1999.

14º – Tom Carroll – 1992 seria o último ano do bicampeão mundial no tour, que nesta fase já estava em grande queda a nível competitivo. Mesmo assim nesse ano ainda fez uma final, no Brasil, acompanhando Kelly Slater neste seu primeiro título mundial.

15º – Teco Padaratz – Não haveria Brazilian Storm sem Fábio Gouveia, mas não haveria Fábio Gouveia sem Teco Padaratz. Esta dupla fincou a bandeira brasileira no tour, ambos conquistando grandes resultados durante mais de uma década. Teco teve que esperar mais algum tempo para conquistar a honra de ser o melhor classificado brasileiro no tour, algo que aconteceu em 1994, quando terminou em 8º no ranking final.

16º – Kaipo Jaquias – O surfista que abriu as portas a todos os “Kauai Boys” no tour foi Kaipo Jaquias. Dono de um estilo bem havaiano, Kaipo teve como ponto alto da sua carreira o ano de 1996, quando venceu duas etapas do CT, terminou no top5 além de ter vencido a Triple Crown of Surfing.

Texto originalmente publicado na On Fire Surf Mag.

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