Jack Robinson e Isabella Nichols levam a melhor no oeste australiano
Os australianos fizeram a festa em casa, com Jack Robinson e Isabella Nichols ganhando os títulos do Margaret River Pro, nas finais contra os havaianos John John Florence e Gabriela Bryan. A quarta-feira foi mais um dia de mar clássico em Western Australia, com altas ondas no Main Break de Margaret River. O Brasil parou nas quartas de final, com Italo Ferreira sendo o único a vencer uma bateria no último dia. Ele entrou no G-5 com este resultado, Filipe Toledo segue liderando o ranking e o tricampeão mundial Gabriel Medina vai reforçar a “seleção brasileira” na próxima etapa, o Quiksilver Pro G-Land, de 28 de maio a 6 de junho na Indonésia.
Gabriel Medina vai participar da segunda metade da temporada 2022, com um convite da World Surf League. Ele pediu uma licença médica no início do ano, para tratar da saúde mental por problemas pessoais. Mas, vem treinando forte nos últimos meses e está em plena forma física, para voltar a enfrentar os melhores surfistas do mundo. Medina será o grande reforço da seleção brasileira, que perdeu dois titulares neste novo corte da elite no meio da temporada, Deivid Silva e um dos estreantes no time deste ano, João Chianca, além de Gabriel Medina e o contundido Yago Dora, que não disputaram nenhuma etapa.
Os dois ficaram abaixo dos 22 primeiros do ranking, que foram mantidos para disputar as cinco últimas etapas do World Surf League Championship Tour, com vagas já garantidas na elite de 2023. Na terça-feira, apenas Jadson André entrou na zona de classificação, com a vitória sobre Kelly Slater na terceira fase. Com o potiguar e a volta de Gabriel Medina, a seleção brasileira terá oito surfistas brigando pelas vagas no grupo dos top-5 que vão decidir os títulos mundiais no Rip Curl WSL Finals. Os outros que confirmaram suas permanências foram Filipe Toledo, Italo Ferreira, Miguel Pupo, Caio Ibelli, Samuel Pupo e Tatiana Weston-Webb.
Seis deles estavam nas oitavas de final que abriram a quarta-feira decisiva do Margaret River Pro. O último dia já amanheceu com altas ondas e só restava uma vaga no G-22 para ser definida, na bateria entre Samuel Pupo e Matthew McGillivray. O sul-africano precisava passar para tirar a última vaga do australiano Owen Wright e conseguiu derrotar o brasileiro por 14,50 a 10,74 pontos. Samuca terminou em nono lugar no evento, junto com seu irmão, Miguel Pupo, Filipe Toledo, Caio Ibelli e Jadson André, eliminados nas baterias seguintes.
ÚNICA VITÓRIA – O campeão olímpico, Italo Ferreira, foi o único a passar para as quartas de final, mas no duelo brasileiro com Miguel Pupo. O potiguar de Baía Formosa destruiu uma direita em Main Break que valeu nota 8,33, que somou com o 7,50 da onda anterior para vencer fácil por 15,83 a 8,83 pontos. Depois, ele tentou de tudo para avançar para as semifinais, mas o sul-africano Matthew McGillivray pegou as melhores ondas da bateria e venceu por 15,87 a 14,67 pontos. Mesmo assim, Italo conseguiu o objetivo que era entrar no grupo dos top-5 e está em quinto lugar no ranking.
O número 1, Filipe Toledo, também surfou muito bem nas oitavas de final e quase conseguiu a vitória em sua última onda. Mas, a nota saiu 7,63 e ele acabou perdendo por 3 centésimos de diferença para Nat Young. O placar foi encerrado em 15,66 a 15,63 pontos para o californiano. Depois, Caio Ibelli foi derrotado por 16,43 a 14,03 pelo australiano Ethan Ewing e o sul-africano Jordy Smith barrou Jadson André por 13,24 a 12,26 pontos.
Jordy foi finalista na vitória de Filipe Toledo nesta etapa de Margaret River no ano passado. Como ficou em nono lugar dessa vez, dois surfistas poderiam lhe tirar a lycra amarela de número 1 do ranking. Mas, tanto John John Florence, como o também havaiano Barron Mamiya, precisaria vencer o Margaret River Pro, para superar os 24.440 pontos do brasileiro.
RECORDISTA ABSOLUTO – Mamiya parou na última oitava de final, num confronto muito disputado com Jack Robinson. Só que o suspense para Filipe Toledo foi até a última bateria do campeonato, pois John John Florence chegou na grande final dando um show a cada entrada no mar. Nas quartas de final, ganhou a maior nota do evento, 9,50, para vencer um duelo incrível com Griffin Colapinto, por 17,50 a 17,16 pontos. E na semifinal, somou notas 9,47 e 9,43 para aumentar o seu próprio recorde de pontos no CT 2022 registrado em Bells Beach, de 18,86 para incríveis 18,90 pontos de 20 possíveis.
Com esta impressionante apresentação contra o sul-africano Matthew McGillivray, que repetiu o terceiro lugar em Margaret River no ano passado, John John Florence se consolidou como grande favorito para vencer esta etapa pela terceira vez. Mas, o surfista local, Jack Robinson, também vinha surfando muito bem, manobrando forte nas direitas de Main Break e pegando até alguns tubos para liquidar seus adversários. Jordy Smith foi a vítima nas quartas de final, antes da eletrizante semifinal australiana com Ethan Ewing.
DECISÃO DO TÍTULO – Na grande final, o australiano teve um início melhor, largando na frente com nota 7,00, contra 5,00 do havaiano. A decisão do título esquentou quando John John achou uma onda muito boa, que valeu nota 8,50. Foi a maior da bateria, mas Jack Robinson usou os aéreos para conseguir 8,07 e 8,17 em duas ondas seguidas e conquistar a segunda vitória da sua carreira no CT, por 16,24 a 15,60 pontos. A primeira foi no México no ano passado, na final contra o brasileiro Deivid Silva nas direitas de Barra de La Cruz.
PRIMEIRA VITÓRIA – Na final feminina, duas jovens surfistas buscavam a primeira vitória das suas carreiras no CT, que estão só começando. Ambas chegaram no último dia ainda brigando para se manter na elite e quem perdeu a vaga foi a havaiana Malia Manuel. No ano passado, também foi assim para ela, que acabou ganhando um convite da WSL para competir esse ano. Com os 10.000 pontos da sua primeira vitória em etapas do CT, Isabella Nichols foi para o quarto lugar no ranking, entrando no seleto grupo das top-5. E a vice-campeã, Gabriela Bryan, terminou dentro do G-10 que permanece na elite, subindo da 11.a para a sexta posição.
A havaiana é uma das estreantes no CT deste ano e chegou em sua primeira final, fazendo os recordes femininos do Margaret River Pro contra uma das favoritas ao título, a experiente Courtney Conlogue. Com a nota 8,73 da melhor onda que surfou, Gabriela Bryan derrotou a norte-americana por um placar apertado de 15,73 a 15,43 pontos. Estas marcas só foram batidas na segunda semifinal, por Isabella Nichols, que venceu o duelo australiano com Bronte Macaulay por 15,93 pontos, somando uma nota 8,93, a maior das meninas no campeonato.
Na decisão do título, não entraram ondas tão boas assim para as duas finalistas repetirem o show que deram nas semifinais. A australiana só surfou três e a havaiana pegou uma a mais. Ambas receberam uma nota 6,17, mas Isabella Nichols conseguiu 6,77 na última onda para festejar a sua primeira vitória. A bateria terminou com 12,94 pontos para a australiana, contra 10,00 de Gabriela Bryan, mas as duas comemoraram o ótimo resultado no Margaret River Pro.
TOP-22 DO WSL CHAMPIONSHIP TOUR – 5 etapas:
1.o- Filipe Toledo (BRA) – 24.440 pontos
2.o- John John Florence (HAV) – 23.375
3.o- Jack Robinson (AUS) – 22.160
4.o- Ethan Ewing (AUS) – 19.585
5.o- Italo Ferreira (BRA) – 18.895
6.o- Kanoa Igarashi (JPN) – 18.620
7.o- Barron Mamiya (HAV) – 17.970
8.o- Callum Robson (AUS) – 17.760
9.o- Miguel Pupo (BRA) – 17.470
10.o- Griffin Colapinto (EUA) – 17.405
11.o- Caio Ibelli (BRA) – 16.820
12.o- Jordy Smith (AFR) – 16.130
13.o- Kelly Slater (EUA) – 15.980
14.o- Kolohe Andino (EUA) – 14.705
14.o- Nat Young (EUA) – 14.705
16.o- Seth Moniz (HAV) – 14.140
17.o- Samuel Pupo (BRA) – 12.715
18.o- Connor O´Leary (AUS) – 11.290
19.o- Matthew McGillivray (AFR) – 11.000
20.o- Jake Marshall (EUA) – 10.725
21.o- Jackson Baker (AUS) – 9.300
22.o- Jadson André (BRA) – 9.300
TOP-10 DO WSL CHAMPIONSHIP TOUR 2022 – 5 etapas:
1.a- Brisa Hennessy (CRI) – 25.575 pontos
2.a- Carissa Moore (HAV) – 24.295
3.a- Tyler Wright (AUS) – 23.440
4.a- Isabella Nichols (AUS) – 19.965
5.a- Courtney Conlogue (EUA) – 19.525
6.a- Lakey Peterson (EUA) – 19.105
6.a- Gabriela Bryan (HAV) – 19.105
8.a- Johanne Defay (FRA) – 18.980
9.a- Stephanie Gilmore (AUS) – 18.185
10.a- Tatiana Weston-Webb (BRA) – 17.830
15 TOPS DO CT 22 CORTADOS DA ELITE:
23: Owen Wright (AUS) – 8.735 pontos
24: Ezekiel Lau (HAV) – 8.735
25: Lucca Mesinas (PER) – 8.735
26: Conner Coffin (EUA) – 8.735
27: João Chianca (BRA) – 7.310
28: Leonardo Fioravanti (ITA) – 7.310
29: Frederico Morais (PRT) – 7.310
30: Imaikalani Devault (HAV) – 7.310
31: Deivid Silva (BRA) – 7.310
32: Morgan Cibilic (AUS) – 7.310
33: Ryan Callinan (AUS) – 5.320
34: Carlos Munoz (CRI) – 4.115
41: Gabriel Medina (BRA) – 1.060
41: Yago Dora (BRA) – 1.060
41: Liam O´Brien (AUS) – 1.060
7 TOPS DO CT 22 CORTADAS DA ELITE:
11.a- Malia Manuel (HAV) – 17.765 pontos
12.a- India Robinson (AUS) – 14.710
14.a- Molly Picklum (AUS) – 13.145
15.a- Sally Fitzgibbons (AUS) – 12.575
15.a- Luana Silva (HAV) – 12.575
18.a- Bettylou Sakura Johnson (HAV) – 10.785
19.a- Caroline Marks (EUA) – 4.180
Por: WSL Latin America