O campeão mundial Filipe Toledo conquistou o título do Hurley Pro Sunset Beach, festejando sua primeira vitória no Havaí, numa decisão eletrizante com o californiano Griffin Colapinto. Para chegar na final, Filipe ganhou dois duelos brasileiros nas boas ondas de 4-6 pés do domingo em Sunset Beach, com Caio Ibelli nas quartas de final e João Chianca na semifinal. Filipe assumiu a vice-liderança no ranking do World Surf League (WSL) Championship Tour (CT) 2023, com João se mantendo em terceiro lugar e Caio fechando o grupo dos top-5, após as duas etapas do Havaí. A próxima é o MEO Rip Curl Pro Portugal, nos dias 8 a 18 de março em Peniche.
Para ser campeão do Hurley Pro Sunset Beach, Filipe Toledo teve que derrotar três adversários muito difíceis no domingo, começando pelos dois brasileiros semifinalistas na primeira etapa do CT 2023 em Pipeline. O primeiro teste foi nas quartas de final contra Caio Ibelli, que já abriu a bateria surfando um belo tubo que valeu 7,17. O campeão mundial também achou boas ondas para mostrar sua variedade incrível de manobras modernas e progressivas. Filipe acabou fazendo um novo recorde de 17,07 pontos para o campeonato, somando notas 8,67 e 8,40.
O segundo duelo foi com outro brasileiro que vinha brilhando nas direitas de Sunset Beach, João Chianca. Com um surfe agressivo de frontside, Chumbinho tinha conseguido a maior nota do domingo, 8,83, contra o sul-africano Matthew McGillivray nas quartas de final. Ele repetiu o ataque contra Filipe, largando na frente com notas 6,50 e 8,17. Mas, Filipe achou uma onda muito boa, para fazer uma série de manobras, que arrancaram nota 9,10 dos juízes. Ele ainda conseguiu um 7,23 para vencer por pouco, 16,33 a 15,54 pontos, pois Chumbinho tinha surfado bem outra onda que valeu 7,37.
Filipe também teve que correr atrás na decisão do título, que foi eletrizante. A bateria de 35 minutos de duração, começou com uma série bombando altas ondas para os dois surfarem. O brasileiro emendou três manobras muito potentes e mais uma no inside para finalizar. A do Griffin Colapinto foi mais curta, porém era maior e ele mandou um rasgadão no crítico e um batidão embaixo do lip, mostrando muito comprometimento. A nota do brasileiro saiu 7,83 e a do californiano foi 9,17, a maior do campeonato até ali.
Após esse início fulminante, veio uma longa calmaria e a próxima série só entrou quando restavam 9 minutos, mas aí não parou mais de bombar ondas até o fim da bateria. Filipe acha uma boa há 3 minutos do fim, faz duas rasgadas bem alongadas e um batidão na junção. Ele recebe 8,27 e abre 6,93 pontos de vantagem. Griffin pega uma onda que rende três manobras e consegue exatamente essa nota para empatar o placar. Mas Filipinho vem destruindo a onda de trás, repetindo o combo de duas rasgadas e um pancadão na junção. Os juízes avaliaram ter sido a melhor apresentação do campeonato e dão nota 9,47, para confirmar a primeira vitória brasileira da temporada, por 17,74 a 16,10 pontos.
Essa era a terceira vez que Filipe Toledo e Griffin Colapinto decidiam títulos em etapas do CT. As outras foram no ano passado e o norte-americano ganhou as duas, derrotando o brasileiro nas ondas de Supertubos em Portugal e em El Salvador. Foram as três únicas finais que Griffin chegou no CT, enquanto Filipe disputou a 19.a da sua carreira e conquistou a 13.a vitória. Isso sem contar as duas decisões dos títulos mundiais no Rip Curl WSL Finals em Trestles, onde ele foi vice-campeão em 2021 e campeão mundial em 2022.
DECISÃO FEMININA – A norte-americana Caroline Marks começou bem, atacando forte de backside para largar na frente com nota 7,50. No entanto, a bateria foi fraca de ondas, ela não conseguiu achar mais nenhuma boa para surfar e acabou computando uma nota 2,40. Já a australiana Molly Picklum, teve mais sorte em pegar ondas que abriram mais parede para manobrar e somou notas 5,50 e 5,40. Com elas, festejou a primeira vitória da sua carreira no CT, por 10,90 a 9,90 pontos. Além disso, vai usar a lycra amarela pela primeira vez também.
Texto: WSL Latin America