BILLABONG PIPELINE MASTERS 2020

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Que saudade que eu estava de assistir um campeonato de surf válido pelo CT… Um ano após a última etapa realizada, que coroou o brasileiro Ítalo Ferreira campeão do mundo em 2019, o tour voltou na mesma Pipeline em etapa que abriu o circuito 2021 da WSL (mesmo que tenha sido em 2020).

E o que não faltou foi emoção. Tubos, manobras, coragem, pressão, sacrifício, paralisação, expectativa, redenção e frustrações… esse campeonato teve tudo isso e muito mais!

O seeding round já começou forte com boas ondas, alta performance, afirmações e algumas surpresas. Como destaque, podemos citar as atuações de Caio Ibelli (é impressionante como ele parece à vontade em ondas expressivas como Pipeline, Backdoor, The Box e Teahupoo), Joshua Moniz (que venceu uma bateria com dois Pipe Masters, Gabriel Medina e Adriano de Souza) e Jack Robinson, agora sim no CT e mostrando que é um dos melhores do mundo nesse tipo de onda. As surpresas ficaram por conta de Julian Wilson, que não se achou na bateria e (ao menos para quem olha da tela) parece não estar com o sangue dos olhos que já mostrou em outras oportunidades (será efeito do bico branco?). Adriano de Souza também caiu para repescagem (assim como Julian foi eliminado na seqüência), mas muito se deve à lesão que teve no joelho alguns dias antes do evento. É uma pena, pois ele estava treinando forte no Havaí há várias semanas e mostrava muita vontade de fazer bonito no início deste que já foi divulgado pelo mesmo como seu último ano no tour. Boas energias para que se recupere para as duas próximas etapas (Sunset e Santa Cruz) favorecem muito o seu surf. Não poderíamos também deixar de citar Kelly Slater que surfou sua bateria de biquilha e passou sem maiores dificuldades.

Após alguns dias de paralisação, por conta da contaminação de COVID-19 por parte da equipe da WSL, o campeonato veio a retornar somente no dia 17 de dezembro. Nas baterias que seguiram os destaques foram vários. Jack Robinson voltou a mostrar seu faro para tubos pesados com a melhor média do Round Of 32 (notas 9,23 e 8,50). Ítalo Ferreira e Gabriel Medina seguiram seus caminhos de vitória. Jadson André estava determinado e surfando muito, passando sua bateria contra Michel Bourez. E Peterson Crisanto foi outro destaque. O paranaense é muito atirado e destemido, se atirando em várias bombas.

Conforme as baterias iam passando, já podíamos ter algumas certezas:

  • Ítalo Ferreira e Gabriel Medina brigam por título em qualquer etapa do tour
  • Parece redundante falar isso, mas Kelly Slater parece de outro planeta. 48 anos e o cara chega nas finais do Pipe Masters… incrível!
  • John John Florence literalmente surfa em casa nessa onda. A tranquilidade e o conhecimento que ele tem no pico são impressionantes. A impressão que dava é que o havaiano passava todas suas baterias (com exceção da final) sem maiores esforços. Mas não vamos nos enganar… é típico caso onde um cara é tão bom que faz o difícil parecer fácil.
John John Florence e Gabriel Medina na final

A terceira bateria das quartas-de-final foi bastante apreensiva. Ítalo Ferreira vinha trilhando um caminho de vitórias rumo à final, mas numa onda para Backdoor bateu na bancada e se machucou. Mesmo assim, com muita dor e alma de guerreiro, conseguiu vencer sua bateria frente ao francês 2x campeão do Pipe Masters, Jeremy Flores.

Nas semis tínhamos de um lado, reeditando o confronto da final do ano passado, Ítalo Ferreira x Gabriel Medina e do outro, aqueles que são apontados como o Rei de Pipeline, Kelly Slater, e o príncipe, John John Florence. Porém, nesta bateria o rei caiu para o seu sucessor. JJF foi impecável e com notas 9,23 e 8,93 venceu o 7x campeão do evento. A outra semifinal foi marcada por um Gabriel Medina muito focado e Ítalo surfando no sacrifício. Apesar da melhor nota da bateria ser do potiguar (7,37), Medina avançou para fazer a disputa que grande parte do mundo do surf gostaria de ver.

John John é o novo Rei de Pipeline?

Curiosamente esta foi a primeira final entre Gabriel e John John, dois surfistas que são apontados como os dois maiores nomes da modalidade atualmente. A disputa foi grande e o havaiano venceu por 11,77 x 11,10, levantando seu primeiro caneco numa etapa do CT disputada em Pipeline (ele já venceu anteriormente a etapa do QS patrocinada pela Volcom no mesmo pico). Mas, diferente do que escrevi acima, não acho que John John Florence seja o sucessor de Kelly Slater neste evento. O surf dele ali é lindo e talvez represente ser o melhor, mas os resultados mostram que este posto é do brasileiro Gabriel Medina, que tem incríveis 4 finais nos últimos 6 anos.

MAUI PRO

Tyler Wright venceu a etapa de Maui finalizada em Pipeline

Como relatamos na última coluna, a primeira etapa do circuito feminino disputada em Honolua Bay foi paralisada devido a um ataque de tubarão que infelizmente fora fatal. Assim, a WSL decidiu por terminar o campeonato em Pipeline, dando oportunidade para as meninas mostrarem seu surf na Rainha do North Shore.

Com seu power surf e muito talento, Tyler Wright foi a grande campeã, mostrando que vem num ritmo muito intenso desde o tempo em que ficou parada. Destaque para o 9,60 de Carissa Moore nas semifinais com um tubaço para Backdoor diante da brasileira Tatiana Weston-Webb.

PROMOÇÃO BILLABONG / SURF ALIVE

O Pipe Masters também teve emoção em nossas redes sociais. Em conjunto com a Billabong, a Surf Alive premiou os palpites mais certeiros em cada bateria do Ítalo Ferreira. Como chegou até as semis, foram 5 vencedores que levaram para casa um kit irado das marcas.

Aloha

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